O Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) está engajado na campanha nacional Agosto Dourado, que pretende sensibilizar a comunidade sobre a importância do aleitamento materno. Quando o assunto é ordenha e armazenagem muitas dúvidas ainda pairam sobre as mamães. A ordenha manual deve ser usada para alívio das mamas cheias, para alimentar o bebê com dificuldade de sucção ou para proporcionar condições adequadas de alimentação ao bebê no caso da mãe que retorna ao trabalho.
O leite materno é forte e adequado para o crescimento e desenvolvimento do bebê, além de contar com todos os nutrientes necessários para alimentá-lo até o sexto mês - portanto não é necessário oferecer qualquer outro complemento neste período. É possível manter os pequenos recebendo leite materno ainda que você precise voltar ao trabalho antes desse período. Preparamos algumas dicas preciosas que podem te ajudar neste período:
1– Higienização nunca é demais!
O leite retirado deve ser armazenado em vidro limpo. O ideal é que este recipiente seja de vidro com tampa plástica possibilitando a higienização adequada - ferver em banho-maria por 10 minutos. Escorra vidro e tampa sobre um pano limpo até secar.
Lave as mãos e braços até o cotovelo com água e sabão antes de iniciar a ordenha. As mamas devem ser lavadas apenas com água limpa. Seque as mãos e as mamas com papel toalha ou com um pano limpo.
2- Relaxe e esteja confortável para o momento da ordenha
Para iniciar a ordenha o primeiro passo é estar relaxada, sentada confortavelmente, respirar com calma e pensar no bebê. O estado emocional da mãe é muito importante e alguns médicos sugerem que pode interferir diretamente na produção de leite. Portanto cobranças e comparações não contribuem em nada neste momento.
Massageie a mama com a ponta de dois dedos, em movimentos circulares na direção do mamilo. Apóie a ponta dos dedos acima e abaixo da aréola e comprima o seio com movimentos rítmicos, pressionando e soltando. Despreze os primeiros jatos e armazene o restante no recipiente de vidro.
3- Leite materno tem validade, atente para o manejo
Identifique o frasco de vidro onde vai colocar o leite com seu nome, data e hora da coleta. O leite materno pode ser armazenado na geladeira por apenas 12 horas e no congelador por até 15 dias. Para oferecer ao bebê o frasco deverá ser retirado do freezer e descongelado, de preferência, na geladeira.
Amorne o leite em banho-maria, na água quente em fogo desligado, agitando o vidro lentamente para misturar os seus componentes. Aqueça somente o que o bebê irá tomar, pois o que sobra do banho -maria deverá ser descartado.
O leite não deve ser fervido e nem aquecido em microondas, pois este tipo de aquecimento pode destruir seus fatores de proteção.
4 – Mantenha-se hidratada!
Mantenha sempre copos d'água a sua disposição para manter-se hidratada e repor ao corpo a quantidade necessária de líquidos. O recomendado é, pelo menos, 4 litros de água por dia.
O organismo feminino produz cerca de 750 ml de leite por dia e a água corresponde a 87% da composição do alimento materno. Para dar conta de tamanha produção, mantendo mãe e bebê nutridos, o corpo feminino necessita de grande volume de líquidos.
5 – Não use mamadeira, ofereça o leite materno em copinho
Pesquisas revelam que, na impossibilidade da amamentação, a melhor solução para fornecimento de alimento ao bebê é a utilização do copo. O recomendável é sempre o aleitamento exclusivo por 6 meses, continuado até 2 anos ou mais, com o uso do copo sempre que necessário, ou seja, quando a mãe estiver trabalhando ou quando se ausentar por período superior ao da amamentação da criança.
Muitas mães revelam medo em oferecer o leite desta maneira, já que a cultura popular dita que a alimentação por copo é mais difícil e favorece mais chances de engasgos. No entanto os estudos mostram o contrário. O bico da mamadeira tem abertura muito maior do que no seio materno e impede que o bebê controle o fluxo de leite e possa parar para descansar ou respirar.
As mamadas deitadas são muito perigosas, pois os engasgos e aspirações são mais fáceis de ocorrer, bem como a entrada de leite pela tuba auditiva, promovendo otites de repetição.