Você já provou dos doces de Pelotas? Gostou? Já reparou como são feitos com cuidado e atenção?

A impressão que a gente tem é que são preparados para sua boca, para seu degustar... Como são ternos, como seu paladar é marcante...

O pastel de Santa Clara, o bem-casado, o bom-bom de morango, a queijadinha, o beijo de mulata... Ah, sim, claro... São bem gostosinhos também...Vale até a pena escolher alguns deles pra levar pra casa... Garantia de sucesso...

Mas os doces de Pelotas, os verdadeiros, os doces mais doces dessa terra gaucha você já conhece? Já provou? Já visitou o Hospital Universitário São Francisco de Paula- HUSFP da Universidade Católica de Pelotas - UCPel?

Já conversou com a Rejane Radunz, nutricionista responsável pela coordenação das ações Amigas da Criança no Hospital e pela costura geral das normas de amamentação naquela casa?

Já recebeu um abraço da Mariana Marini, acadêmica de Enfermagem que tem se dedicado há um ano ao trabalho com as puérperas e com seus bebês em aleitamento?

Já sorriu para a Carolina Bunde, Assistente Social da instituição, que vislumbra a criança e seu entorno e percebe a importância do vínculo como elemento apoiador de primeira grandeza?
Já parou para escutar Dr. Gil Nei Pinheiro, que aos 41 anos de magistério, tem vigor de um menino e a avidez de um verdadeiro idealista?

Já provou da gentileza e receptividade do Dr. Sílvio Reis, que percebendo a importância das ações cuidadosas de proteção e apoio à mãe e ao bebê tem dirigido àquela casa com apoio incessante à causa do acolhimento?

Já experimentou conversar com toda uma equipe que trabalha ali naquela casa e se emocionar várias vezes?

Já reverenciou a história da Sofia, da Gabriela Mazza e do Nauro Júnior? Já leu o Diário da Sofia? Já marejou seus olhos diante da majestade materna da Gabriela e de seu exemplo para nossa espécie?

Já visitou a dona Adelma na Enfermaria para ajudá-la no procedimento da translactação? Já falou com a mãe da Adelma, avó do pequeno Lázaro, mamiferozinho gaúcho de olhos claros e sucção promissora?

Já ouviu falar da Casa da Gestante?

Já passou pela sua cabeça que a equipe inteira trabalha com ordenha manual, não usa bombas mecânicas e mesmo fazendo assim coleta mais de 14 litros de leite materno por mês?

Já entrevistou a mãe do Pedro, auxiliar de enfermagem, que sofreu uma cesariana com 31 semanas de gestação e que depois de ter usado fórmula por copinho por três longos meses reassumiu aleitamento exclusivo com o qual permanece até hoje?
Amigo?

Tem certeza que você já provou dos doces de Pelotas? Do seu sabor materno? Da sua coloração láctea? Já se sentiu acolhido por uma equipe de um Hospital que não poderia ter outro nome que não São Francisco?

Ainda não?

Eu te asseguro que você não sabe o que está perdendo. E como se não bastasse à doçura inesgotável da Rejane e sua turma, você pode ter ainda a felicidade de conversar com a Dr. Maria Amália Faveedra e com a Jamila, que tornam o doce mais doce e fazem o frio pelotense transformar-se em calor e aquecimento verdadeiramente aconchegantes.
Então, meu amigo, minha amiga...

Nada contra o pastel de Santa Clara, o bem-casado, o bom-bom de morango, a queijadinha, o beijo de mulata...

Mas quando você for a Pelotas, eu recomendo: Não se esqueça de provar seus doces mais doces... Você não vai conseguir parar de provar e se fartar deles...

Aos amigos do Hospital Universitário São Francisco de Paula representados nessa mensagem pela querida Rejane, meu agradecimento, minha reverência e minha desde já saudade grande.
Com carinho,

Luis Alberto Mussa Tavares

(Pediatra, membro do Comitê Permanente de Apoio e Proteção ao Aleitamento Materno de Campos dos Goytacazes - RJ, cangurólogo e autor da Declaração Universal dos Direitos do Prematuro).
Campos, RJ.