A vida pode continuar, sim! Com essa mensagem a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital São Francisco de Paula (HUSFP) pretende sensibilizar a comunidade sobre a importância da doação de órgãos. Para ampliar a visibilidade do Dia Nacional de Doação de Órgãos, celebrado em 27 deste mês, surge a Campanha Nacional de Doação de Órgãos, lembrada em todo país como Setembro Verde.

O objetivo da campanha é conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e incentivar o debate sobre a doação e o transplante de órgãos. O Médico Intensivista e Coordenador da CIHDOTT/ HUSFP, Luciano Teixeira, explica que o tema envolve ainda muito desconhecimento e por isso a importância de fomentar o debate e o esclarecimento de dúvidas. A campanha quer lembrar as pessoas que é fundamental conversar com seus familiares em vida e expressar o desejo de se tornar doador após a morte. “É importante inserir esse assunto dentro das conversas familiares e quebrar o tabu que envolve o tema, já que na grande maioria dos casos o potencial doador de órgãos é alguém que tem seu sistema funcionando muito bem e tem morte decorrente de um quadro traumático agudo", argumenta ao complementar que as ações buscam fundamentalmente reduzir a lista de espera por órgãos.

Para determinar a morte encefálica existe uma legislação nacional, que foi amplamente discutida pela classe médica brasileira e estabelece o Protocolo de Morte Encefálica que é seguido rigorosamente pelos hospitais. A Central de Transplantes do Estado mantém contato durante os protocolos e fiscaliza todo o processo. “O principal mito envolvendo a doação de órgãos é o medo de que sejam retirados os órgãos de um paciente ainda vivo. Algumas famílias têm essa insegurança. Porém o protocolo envolve duas etapas clínicas e um exame que diagnosticam a morte encefálica, que significa a parada total e irreversível das atividades do tronco cerebral, que é a estrutura mais nobre do cérebro", explica.

A família é comunicada após a conclusão de cada etapa do protocolo e se forem preenchidos todos os critérios o protocolo é encerrado com diagnóstico de morte encefálica. “Neste momento é feita a declaração de óbito, visto que não há nenhuma dúvida sobre isso. É uma situação trágica e de muita dor, quando a família precisa tomar uma decisão muito difícil. Então se já tiverem conversado sobre o assunto será menos dolorido para os familiares informarem a vontade que já havia sido manifestada", acrescenta.

Para promover o debate e esclarecer dúvidas sobre o tema a CIHDOTT/HUSFP promoverá na próxima semana uma série de atividades.

Programação:

24 e 25 – Roteiro de sensibilização pelos andares do hospital

26 – Chico em Ação no saguão da Universidade Católica de Pelotas (UCPel)

28 – 1º Simpósio de Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos

*Evento destinado a profissionais da área da saúde

30 – Pedalada pela Doação de Órgãos