Sorriso largo e alegria que contagia. Ligada no 320 volts, expansiva, astral maravilhoso. É assim que os colegas definem a Maria Regina da Costa Oliveira, que na próxima segunda-feira (13) encerra sua jornada de 22 anos junto ao setor de Acolhimento do Hospital São Francisco de Paula (HUSFP). Na quinta-feira (9), funcionários do setor surpreenderam a colega com uma homenagem. Uma cesta foi entregue e junto uma carta externando a gratidão de todos pela parceria diária no trabalho.

Nessas mais de duas décadas Regina sempre trabalhou na internação, exceto por um intervalo que não chegou a três meses onde desempenhou a função de escrituraria no antigo posto de enfermagem, do quinto piso. “Não deu certo. Não quis ficar. Lá eu só trabalhava com o público interno e eu gosto mesmo é de atender o cliente externo”, recorda a colaboradora que pediu aposentadoria para poder desligar o despertador e se permitir tirar os olhos do relógio.

A permanência da recepcionista no local para o qual foi contratada lá em fevereiro de 1999 parece mesmo ter sido assertivo. “A internação é nosso cartão de visitas, é a primeira impressão que o paciente tem ao chegar ao hospital e a Regina sempre acolheu as pessoas com alegria. Ela cativa o paciente, entende o médico. Fará muita falta”, desabafa a supervisora do Acolhimento, Adriane Larroza.

No plantão, o casamento

Regina conta orgulhosa que em todo esse tempo de São Francisco de Paula jamais se atrasou para o trabalho e tirou apenas uma licença-saúde. “Minhas costas travaram e eu simplesmente não me mexia. Mas fiquei fora só dois dias, viu?!”, alerta ao comentar sobre a rotina e o afinco dedicado àquele, segundo ela, garantiu tudo o que conquistou até hoje: apartamento, carro “automático”, frisa a colaboradora ao finalizar com seu tradicional sorriso.

Mas não foi só isso, no HUSFP ela também redescobriu o amor. Em um plantão, que tinha tudo para ser apenas mais uma noite normal de trabalho, um grande acidente envolvendo várias vítimas e a necessidade do apoio do corpo de Bombeiros levou o Chico, hoje militar aposentado, até o hospital. “Quando vi aquele baixinho lá trabalhando, socorrendo as vítimas... não deu outra [risos]. Estamos casados até hoje”, conta.

Uma brecha no setor

Para os colegas que ficam a aposentadoria de Regina vai deixar uma lacuna. “Ela sempre nos colocava pra cima. Com um astral maravilhoso, não tinha tempo ruim para ela”, conta Patrícia Chaves Lopes, funcionária com quem Regina diariamente fazia a troca de plantão.

Regina é o tipo de pessoa “elétrica”, como diz o senso comum e esse deve ser o ritmo emplacado a sua aposentadoria. O projeto para os três primeiros meses é parar, ou melhor, viajar. Na sequência a ideia deve ser viajar, mais, mas nesse caso a trabalho. Ela projeta atuar com vestuário e assim aliar a paixão que ela e o marido têm por viagens.