Por: Beto Albuquerque – Deputado federal (PSB-RS) e autor da Lei Pietro
Sancionada pelo presidente Lula no dia 22 de abril de 2009, a Lei nº 11.930, conhecida como Lei Pietro, criou a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, de 14 a 21 de dezembro. O nome da lei é uma homenagem ao meu filho, falecido em 3 de fevereiro deste ano, vítima de leucemia mieloide aguda, depois de 14 meses de luta contra a doença. Pietro fez duas tentativas de transplante que poderiam ter tido outro desfecho se tivesse encontrado um doador 100% compatível.
Neste primeiro ano da Lei Pietro, programamos uma série de atividades com o Ministério da Saúde, a Câmara dos Deputados e em parceria com diversas entidades gaúchas e municípios, a fim de esclarecer e incentivar as pessoas a serem candidatas a doadoras de medula óssea.
Infelizmente, hoje o Brasil registra dez mil novos casos de leucemia por ano, doença que na maioria das vezes somente pode ser vencida por meio de transplante. No entanto, encontrar um doador compatível é tão difícil quanto ganhar na loteria. Somente um cadastro regionalizado e com muitos milhões de pessoas registradas pode fazer frente ao sofrimento dos pacientes com leucemia. Para ser candidato a doador de medula basta ir ao Hemocentro mais próximo, preencher um formulário e coletar dez mililitros de sangue. Assim, passará a integrar o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
O esforço para incentivarmos mais pessoas a se cadastrarem no Redome pode resultar, além do tocante ato de solidariedade, em significante economia nos parcos recursos da saúde pública brasileira. Encontrar um doador o mais rápido possível pode, além de aliviar a dor dos pacientes, evitar uma série de dispendiosos procedimentos no seu tratamento.
Nós, que há dez meses sofremos com a perda do Pietro, queremos agora nos unir para um pequeno, porém, grandioso, gesto de amor. Esta é a maior homenagem que podemos fazer a ele e a muitos outros brasileiros que perderam a vida por não terem encontrado um doador a tempo de vencer a doença.
O procedimento de doação é muito simples, sem transtornos para quem doa, mas significa uma atitude que, para o doente, será a diferença entre a vida e a morte.
Fonte: Diário Popular