Familiares de uma paciente internada no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) e que teve morte encefálica autorizaram a doação de seus órgãos. Com a doação, pacientes que aguardam na fila da Central de Órgãos do Estado vão receber rim, córneas e fígado através dessa doação. De acordo com a família, a mulher de 57 anos sempre deixou claro o desejo de ser doadora. "Ela já havia falado que era doadora e na nossa família, apesar da dor da perda, foi unânime a decisão de doar", disse o irmão da paciente.

Depois da autorização da família, começa uma corrida para a captação dos órgãos. A equipe multidisciplinar da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do HUSFP entra em contato com a equipe da Organização Procura de Órgãos (OPO) de Porto Alegre que em um vôo fretado vem direto ao hospital para realizar o procedimento de retirada dos órgãos. "Corremos contra o tempo para poder salvar vidas e fazer com que todo o processo seja concluído com sucesso", declarou a médica Mayara Marchy, responsável pela equipe de cinco profissionais que realizam o cirugia de captação.

Concluída a captação, a equipe segue para o aeroporto com a escolta da Guarda Municipal para que os órgãos cheguem a Porto Alegre a tempo de serem encaminhados para os receptores pela central de órgãos do Estado. "É um trabalho em equipe que nenhuma ponta pode falhar para que possamos salvar vidas. Temos todo um trabalho para que as pessoas percebam a importância de ser um doador e que possamos sempre realizar o procedimento de forma organizada e precisa para que todo processo seja realizada da melhor forma possível", explicou o chefe das Unidades de Tratamento Intensivo do Hospital do HUSFP, Eduardo Marques.

Conscientização

De acordo com o enfermeiro e membro da equipe da CIHDOTT do HUSFP Benhur Soares Saraiva, a equipe realiza um trabalho contínuo, focado e permanente, fornecendo orientações para a comunidade acadêmica e população em geral sobre assuntos relacionados à temática da doação de órgãos. "Um único doador pode salvar até oito vidas através da doação de córneas, rins, fígado, pulmões e coração. Esse dado justifica todos os esforços para esclarecer como funciona o processo de doação de órgãos e aumentar o número de doadores, assim, diminuindo a angústia e incerteza de quem vive na lista de espera para receber um órgão", concluiu Benhur.