Um procedimento bem sucedido, resultado da união de esforços e do trabalho em conjunto. Assim foi avaliado o primeiro transplante feito no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP). Ontem (3), a equipe médica responsável pelo pioneirismo falou à imprensa sobre o envolvimento no transplante, vantagens na melhoria à qualidade de vida dos pacientes e perspectiva de ações futuras. Convidado da ocasião, o presidente da Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote), Francisco Neto de Assis, falou sobre o cenário dos transplantes na região.

   Estavam presentes os cirurgiões Daniel Vanti, Diego Gressler e Marcelo Rocha, os nefrologistas Maristela Böhlke, Franklin Barcellos e Gustavo Uliano, acompanhados da enfermeira Ivana Brum.

   O transplante foi realizado no dia 26 de março. A receptora foi uma moça de 16 anos, moradora da zona rural, que descobriu a insuficiência renal há dois anos. Há seis meses ela realizada hemodiálise. A doadora foi a própria mãe da jovem. Ambas passam bem e hoje (4) a moça deverá receber alta do hospital. A mãe já havia sido liberada pelos médicos três dias depois. “O pós-operatório tem evoluído muito bem. Ela (a receptora) não precisou de diálise nesse período, como é comum em vários casos. O rim já estava funcionando”, comemorou Maristela.

   O tempo de isquemia – período entre a retirada e a implantação do órgão – foi destacado por Vanti. “Foi de 30 minutos, tempo padrão dos grandes centros”, salientou.

   De acordo com a nefrologista, além de oferecer maior sobrevida e qualidade de vida ao paciente, o transplante possui um custo muito mais baixo do que a hemodiálise. Benefício que aumenta ainda mais se o paciente é jovem ou está na chamada “idade produtiva”, como lembrou Uliano. Realizar hemodiálise demanda um extenso tempo por pelo menos três vezes na semana, dificultando trabalho e estudo.

Capacitação

   O grupo do HUSFP foi preparado durante cerca de um ano, e desde 2011 o Hospital estava credenciado para o procedimento. A equipe estima que ainda este ano novos transplantes renais sejam feitos. Para o diretor de gestão do HUSFP, Elói Tramontin, o sentimento é de orgulho. “Emociona fazer parte deste momento. A Universidade e seu Hospital têm aqui um fato: profissionais competentes transformando a vida das pessoas. A gente espera que no caminho tenhamos uma bela história”, disse, ao parabenizar a equipe.

   A diretora do Centro de Ciências da Vida e da Saúde da UCPel, professora Moema Chatkin, e o coordenador do curso de Medicina, Sandro Schreiber de Oliveira, observaram a importância do fato como reflexo na formação dos estudantes da área de saúde. Circunstância ilustrada pelo coordenador, informou sobre a implantação de uma disciplina voltada a transplante de órgãos, a ser implementada a partir de agosto.
 

Fonte: Assessoria de Comunicação UCPel

           Raquel Bierhals