A partir de hoje(15), os anestesistas que integram o Serviço de Anestesiologia de Pelotas (SAP) e prestam atendimento para o Sistema Único de Saúde - SUS através do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP/UCPel) e Santa Casa de Misericórdia estão em greve, atendendo apenas casos de emergência. Todos os serviços de urgência deverão ser deslocados para cidades próximas como Rio Grande e Porto Alegre.
Segundo o Diretor de Assistência do HUSFP/UCPel, Dr. Silvio Reis, a greve dos anestesistas afeta todas as áreas de cirurgia realizadas pelo SUS. “Dos 11 profissionais que trabalham na área apenas cinco estão fazendo plantão, o que inviabiliza o trabalho em Pelotas para casos de urgências”, informou.
Desde o dia 27 de janeiro, através de documento com as reivindicações, a categoria deu o prazo de 30 dias para a realização do pagamento em dia e reajuste da tabela de honorários – o que não ocorre há cerca de 10 anos. Com a melhoria das condições financeiras, o grupo deseja atrair novos anestesistas, que geralmente se formam e vão trabalhar em outras cidades, para aumentar o número de integrantes que já são insuficientes para atender a demanda normal dos hospitais.
“O atendimento no PSP já está prejudicado com a greve dos Neurocirurgiões, que ocorre há 60 dias, e agora com a greve dos anestesistas, estamos chegando perto do caos”, avalia Reis. Os serviços de cirurgias vasculares também estão paralisados desde ontem (14). A categoria tenta negociar suas reivindicações desde outubro, mas até agora não obtiveram resposta.
Para o Diretor de Assistência do HUSFP, se houver reajuste talvez amenize a situação. “As despesas aumentam, mas o teto dos valores repassados são os mesmos. A pressão por atendimento é cada vez maior”, diz. O teto financeiro repassado para as instituições de saúde pelos governos federal e estadual não acompanha a demanda dos hospitais.