O Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) recebeu nesta manhã viseiras de proteção ao Coronavírus fabricadas pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel). O equipamento foi confeccionado pelo Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR) da Universidade, com parceria do Mestrado da Engenharia, a partir de uma impressora 3D.
Proposta pelo Projeto Hígia, a iniciativa reúne professores, pesquisadores e proprietários de impressoras 3D de todo o Brasil na confecção e distribuição do equipamento de proteção individual. O modelo impresso na Universidade é composto por uma haste (feita na impressora 3D), uma folha de acetato transparente (esterilizável) e um elástico para fixação. As três partes que compõem o item, denominando face shield, podem ser facilmente esterilizadas.
Toda a produção feita nos laboratórios da UCPel terá como destino profissionais da saúde atuantes no HU. A impressão vai depender da demanda e da disponibilidade do material usado para a fabricação do item, explica o professor da responsável pela iniciativa, Ezequiel Megiato. “O EPI vai evitar a projeção de gotículas de saliva, sangue ou secreções em médicos e enfermeiros responsáveis por atender pacientes com suspeita do Covid-19”, conclui Ezequiel. O equipamento forma uma barreira adicional e deve ser utilizado juntamente com a máscara.
Para o Diretor de Gestão do HUSFP, Maurício Karini, a ação desenvolvida pela UCPel reforça o compromisso da Universidade com a comunidade, principalmente nesse momento em que se precisa de saúde, a instituição traz ideias e inovações. “Hoje uma das maiores dificuldades das casas de saúde são os EPIs, e temos um grupo de pessoas pensando em alternativas, isso acalma a comunidade e todos saem ganhando”, afirma o diretor.
PROJETO HÍGIA
O Projeto Hígia (na mitologia grega, era a deusa da saúde, limpeza e da sanidade) é desenvolvido pelo grupo Women in 3D Printing Brazil, braço nacional de uma organização global formada por pesquisadoras da área. O objetivo inicial do projeto é distribuir 100 mil equipamentos por todo o Brasil, que foram validados por especialistas em pneumologia e no atendimento de emergência de hospitais do país.
Cada protetor facial custa em torno de R$5,00, considerando energia, plástico e desgaste da impressora. A impressão pode ser feita em até uma hora e gasta 25 gramas do material PLA, ABS OU PETG.