“É um ato que ajuda muitos e por mais difícil que seja o momento é sempre a melhor atitude de gratidão que uma família pode tomar pela vida de um ente querido", assim Patrícia Soares, enfermeira do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) se referiu a doação de órgãos realizada no domingo (1) no HU.

Esta foi a segunda captação realizada neste ano no hospital. O procedimento teve início a tarde e durou cerca de quatro , conduzido pela equipe de transplantes do Rio Grande do Sul no bloco cirúrgico. A primeira de 2021 ocorreu há exato um mês.

Assim como a anterior, explica a enfermeira, integrante da Comissão Intra-hospitalar de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) esta doação também resultou em múltiplos órgãos, que irão auxiliar na recuperação de até outras oito pessoas.

Além dos profissionais da comissão do hospital, integrada também pelo enfermeiro Benhur Soares Saraiva, a ação contou com o fundamental suporte da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO5) do Estado, capitaneado pela enfermeira Viviani Mendonça.

Há cerca de 15 anos o hospital conta com uma CIHDOTT. Em 2020 e neste ano o trabalho da Comissão tem sido fortemente impactado pela pandemia. No ano passado oito famílias disseram sim à doação. Em anos anteriores os números eram superiores. A mudança está vinculada à alteração dos protocolos da Covid-19.

Quebrando tabus!

De acordo com uma pesquisa feita em 2019 pela Secretaria da Saúde, em 43% dos casos a negativa familiar acontece porque o potencial doador, ainda em vida, não havia deixado claro qual era o seu desejo. O dado reforça a necessidade de que o assunto deixe cada vez mais de ser tratado como tabu e seja debatido nos lares dos brasileiros.

Em maio deste ano a lista de espera por transplantes no RS reunia mais de dois mil gaúchos.