O Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) retomou durante o mês da Criança, com todos os protocolos de segurança, às atividades de recreação alusivas a datas comemorativas junto à Pediatria da casa de saúde. Interrompidas de modo forçado por conta da pandemia de Covid-19, as ações fazem parte da proposta de atendimento humanizado aos pacientes, envolvem equipes multidisciplinares e são um instrumento poderoso no auxílio à recuperação dos pequenos internados.

Ao longo de uma semana inteira, brincadeiras e atividades pedagógicas para trabalhar emoções juntos aos pacientes e acompanhantes movimentaram a Sala de Recreação da Pediatria e os quartos onde os pequenos aguardam por recuperação. Aproximadamente 32 crianças foram beneficiadas pelo evento, que contou com a participação de artistas do Grupo Tholl e do Chico, o mascote do HUSFP.

O trabalho foi organizado pelo Serviço de Psicologia Hospitalar do HUSFP e pelo Programa de Extensão e Educação com a Comunidade (PEEC), que envolve equipes multidisciplinares e alunos. “A ideia é de devolver as crianças ao seu mundo de brincadeiras e tornar a rotina hospitalar menos pesada. Fazer com que os pequenos entendam que estamos aqui para ajudá-los”, explica a psicóloga hospitalar Suélin Thiel.

A ação mira também a integração com os acompanhantes. “É um momento difícil para quem está ali cuidando dos pequenos e precisamos ter sensibilidade para enxergá-los. Um dos objetivos da sala é de proporcionar que brinquem juntos”, detalha Suélin.

O impacto da ação tem reflexos, ainda, nos alunos, que se mostraram receptivos e participaram ativamente da organização à execução. “É importante entender que além da parte clínica, lidamos com pessoas e que todas elas têm uma história. É preciso vê-las e entendê-las por inteiro”, opinou.

O pneumologista pediátrico e professor do Núcleo de Pediatria do HUSFP, João Carlos Afonso Neto, destacou a importância da ação para a recuperação dos pequenos. “Impacto super positivo, a ponto de melhorar o humor, a alegria, inclusive com melhoria clinica. A gente sabe que criança é feita para brincar e que a internação leve ou mais prolongada acaba por limitar esse ciclo da vida. Essas atividades aliviam esse estresse emocional”, explicou.

Presença do Tholl

No encerramento das atividades da Semana o Grupo Tholl se somou ao mascote Chico para a alegria da criançada. Com agenda lotada ao longo mês de Outubro, os artistas encontraram uma brecha não apenas para visitar e brincar com os pequenos, mas também para distribuir presentes. “É um trabalho pelo qual temos um cuidado muito grande, uma vigilância para que sempre ocorra, porque encaramos como uma grande responsabilidade realizar esse tipo de ação. Foi gratificante e faz um bem enorme à gente. Ficamos muito sensibilizados e ainda mais certos do compromisso que a gente tem de levar a arte a esses lugares”, destacou o diretor do Grupo Tholl, João Bachilli.

Alegria que cura

Os olhos da pequena Nauany Andriely da Conceição Seefeldt, de 6 anos, se iluminam ao entrar nas sala e se deparar com os artistas do grupo Tholl e o personagem Chico. Internada há uma semana, a presença de outras crianças e as brincadeiras lhe devolvem o sorriso que a rotina hospitalar acaba por dificultar com o passar dos dias. “O que eu mais gostei foi da dança”, diz pouco depois de ensaiar alguns passos. A mãe, Helen Jordana da Conceição, 31 anos, se mostrou entusiasmada com o ânimo da filha. “Esse tipo de atividade é muito importante para a parte emocional deles e influencia bastante na recuperação”, avaliou.

Entre risos, brincadeiras e danças, aos poucos os pequenos voltam à rotina infantil e o ambiente ganha um aspecto mais amigável, que torna menos pesado o desafio da internação e do tratamento.