Na sexta-feira (11), o Hospital Universitário São Francisco de Paula da Universidade Católica de Pelotas (HUSFP/UCPel) recebeu a visita da americana Carla Caldwell, bacharel em Política Social, especialista em Antropologia e com mestrado em Administração Pública. Ela está no país com o intuito de observar instituições assistenciais, em especial hospitais, asilos e orfanatos.
   Para que isto fosse possível, a americana obteve auxílio do Rotary Club que possui um programa de Intercâmbio onde todos os anos recebem quatro visitantes e encaminham quatro brasileiros ao exterior.  Para participar desta atividade, os intercambistas precisam ser formados, estarem trabalhando há no mínimo dois anos na sua área de formação, possuirem fluência na língua inglesa e não podem ser rotarianos e nem possuírem parentes no Rotary.
   Os intercambistas são selecionados através da indicação dos membros do clube, onde as despesas da viagem são totalmente financiadas pela Fundação Rotariana, órgão auxiliar do Rotary e os visitantes são acolhidos nas casas dos rotarianos que se voluntariam para recebê-los. 
  O membro do Rotary Clube Pelotas Oeste, Luis Francisco Bernardi, diz ser a primeira vez que recebe um intercambista na sua casa e relata que já estudava inglês, mas não dominava totalmente o idioma e que esta está sendo uma oportunidade para aprender ainda mais.
  Para facilitar a comunicação nas visitas, Carla está sempre acompanhada de um tradutor voluntário, no HUSFP/UCPel foi a vez do advogado, Luciano Caldeira, que disse valer a pena dispor deste tempo e poder treinar seu inglês, “fiz intercâmbio no ano de 2011 e não exercitei mais”.
   Ao perguntar o que ela achou do sistema de saúde do Brasil, Carla respira e pensa com cuidado para achar as palavras certas, diz entender o conceito, mas não concorda, afirma ser bem diferente dos Estados Unidos (EUA).

Diferença da saúde entre Brasil e EUA

   Nos EUA não existe um Sistema Único de Saúde (SUS), todas as pessoas são atendidas por planos de saúde que elas obtêm através do trabalho ou individualmente e também por atendimento particular. Até existe um sistema chamado Medicare, mas só pode ser utilizado por incapazes, moradores de rua, idosos e famílias de baixa renda com filhos.
   A comprovação é feita através de um sistema de computador interligado com a saúde que permite saber todas as contribuições anuais do paciente e determinar se ele está enquadrado nas exigências do Medicare ou não.
   Carla explica que no período em que esteve desempregada lesionou o joelho e, portanto, estava sem plano de saúde. Como não está na linha de pobreza, a cirurgia custou US$ 26 mil dólares. “Fui até o hospital, expliquei minha situação no momento e renegociei o valor que foi reduzido e parcelado em 4 anos”.
   Ainda assim, ela acredita que no Brasil é pior, pois o atendimento de convênios e particulares é separado do atendimento SUS, não há igualdade e as pessoas aguardam muito tempo por um leito em um hospital. Porém, um dos pontos positivos é que aqui, mesmo com a demora, todo mundo é atendido e todos têm direito de utilizar o SUS, independente da classe econômica.