Dados do Ministério da Saúde divulgados na última terça-feira (23) revelam que o total de investimentos no setor de transplantes no Brasil teve salto de 343% entre 2002 e 2009. No ano passado, foram investidos R$ 990,51 milhões, em comparação aos R$ 285,94 milhões aplicados em 2002. Em parceria com a ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), também foram divulgados o recorde no número de doações e o aumento de 5% no números de transplantes de órgãos no último ano.
Segundo a coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde, Rosana Nothen, o aumento se deve ao processo contínuo de organização do sistema, que permite, por exemplo, que estados mais estruturados sejam compensados ao realizar transplantes de pessoas vindas de outras regiões. “Este aumento deve ser amplamente comemorado. Podemos atribuir este crescimento, entre outros fatores, à forma de financiamento. Os recursos não possuem limite, a sua liberação depende exclusivamente da demanda de produção dos estados”, explicou. Esta modalidade de transferência de recursos garante maior agilidade às ações, já que o pagamento é feito diretamente ao prestador de serviço.
DOADORES - O Brasil registrou em 2009 número recorde de doadores de órgãos. Em número absolutos, foram 1.658 , ou 8,7 doadores por milhão da população (ppm). Isso representa um crescimento de 26% em relação ao ano anterior (7,2 ppm), quando foram apurados 1.317 doadores. Santa Catarina foi o Estado que registrou maior índice de doadores: 19,8 ppm. Seguido por São Paulo (16,9 ppm), Distrito Federal (11,9 ppm) e Rio Grande do Sul (11,3 ppm).
“O crescimento dos doadores está diretamente relacionado à melhoria dos processos de gestão e à qualificação dos trabalhos das Centraisde Transplantes e das Coordenações Hospitalares de Transplantes, que estão adequando os seus trabalhos às diferentes realidades regionais. A logística que permite a doação de órgãos está etnre os processos assistenciais mais complexos de uma instituição”, avaliou Rosana Nothen.
A coordenadora também atribui este desempenho aos cursos de capacitação oferecidos aos profissionais, sobretudo aos de terapia intensiva, e ao sucesso das campanhas publicitárias desenvolvidas pelo Ministério da Saúde.
TRANSPLANTES - O número de transplantes realizados no país, incluindo córneas e medula, teve crescimento de 5%. A produção em 2008 foi de 19.307 e, em 2009, a quantidade de transplantados chegou a 20.253.
O carro-chefe deste crescimento foram os transplantes de rim por doadores falecidos. A quantidade passou de 2.018 em 2008, para 2.532 em 2009, o que representa um aumento de 25,47%. Os transplantes de fígado de pessoas falecidas também apresentaram destaque neste último balanço. A quantidade de pacientes transplantados a partir de fígado de doador falecido cresceu 15,7%. Em 2008, foram realizados 1.048 transplantes desta natureza, já em 2009 a quantidade foi de 1.201.
MEDULA – O Brasil ultrapassou a marca de 1 milhão de doadores de medula tornando-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo. O país fica atrás apenas dos registros dos Estados Unidos (5 milhões de doadores) e da Alemanha (3 milhões de doadores). De 12 mil doadores em 2000, 40 mil, em 2003, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) evoluiu para mais de 1,3 milhão de doadores inscritos. Dos transplantes de medula realizados em 2000, apenas 10% dos doadores foram brasileiros localizados no Redome. Em 2009, esse percentual passou para 70%.
O crescimento de transplantes de medula entre 2008 e 2009 foi de 4,93%. Em 2008, foram realizados 1.459 transplantes deste gênero. O número em 2009 atingiu 1.531.
Os transplantes de córnea (tecidos) apresentaram leve queda de 1,76% neste último balanço. Em 2008, foram realizados 12.951 contra 12.723 em 2009.
LISTA DE ESPERA APRESENTA PEQUENA QUEDA
A ista de espera por transplante teve redução de aproximadamente 1% entre dezembro de 2008 e dezembro de 2009. Em 2008, a lista apresentava 64.275 pessoas aguardando por doações, incluindo córneas. Em 2009, este número caiu para 63.866. O aperfeiçoamento dos processos de gestão das centrais estaduais tem participação nesta redução, à medida que as listas têm sido atualizadas e pacientes recadastrados.
Com informações do Portal da Saúde