As equipes do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) da Católica de Pelotas (UCPel) conduziram, nos últimos dias, duas operações com alto grau de complexidade: uma remoção e uma biópsia, ambas de tumores cerebrais.

O procedimento de biópsia foi comandado pelo neurocirurgião Vinicius Guedes, a partir do uso de uma ferramenta conhecida como neuronavegador. O instrumento permite um mapeamento do cérebro por coordenadas tridimensionais. A precisão do local do tumor é 0,1mm, possibilitando, assim, que o procedimento seja minimamente invasivo.

O uso de neuronavegação ocorre quando o tumor cerebral é profundo, nos casos em que não é possível ter acesso cirúrgico. Guedes explica que a intervenção é feita com uma agulha pequena, inserida no local exato do crânio, indicado pela ressonância, e dali são removidas pequenas amostras do tumor. Assim, o paciente tem o diagnóstico e pode fazer o tratamento adequado.

A segunda operação, conduzida pela equipe do médico cirurgião Rafael Sodré, foi uma remoção de um tumor cerebral. Com a ajuda de um aspirador ultrassônico, ferramenta que proporciona a remoção de tecidos doentes e até mesmo de ossos de maneira precisa, sem lesar as estruturas nobres dos nervos e das artérias, foi possível realizar o procedimento de forma rápida e segura.

Rafael Sodré expõe que o uso do aspirador garantiu eficiência no tratamento oncológico, visto que a cirurgia foi curativa e não demandará reoperações ou tratamentos complementares, como radioterapia ou quimioterapia.

De acordo com a enfermeira Amélia Goulart, supervisora do núcleo cirúrgico, ambos os procedimentos, eletivos e efetuados através de convênios, se beneficiaram do uso da alta tecnologia, proporcionando aos pacientes recuperação e reabilitação mais ágeis, menos tempo de anestesia e resultados de sucesso.

Ambos os pacientes vêm evoluindo de maneira satisfatória. O que teve o tumor removido saiu acordado e já conversando da sala cirúrgica, mas continuará em observação pelos próximos dias. Já o submetido à biópsia teve alta hospitalar em pouco mais de 48 horas.

Outro caso recente

Em outubro deste ano, o HUSFP já havia desempenhado outro procedimento de similar complexidade. Pela primeira realizada vez no Estado, a cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda conferiu a um paciente de 57 anos, que sofre com Parkinson, uma melhora significativa em sua qualidade de vida. A diminuição drástica dos tremores, da rigidez e da lentidão, sintomas ocasionados pela doença, pôde ser percebida pouco tempo após a intervenção.

Redação: Caroline Albaini