Realizado anualmente na segunda quinta-feira de março, o Dia Mundial do Rim tem o objetivo de chamar a atenção sobre a importância dos rins para a saúde geral. Para marcar a data o Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) preparou uma programação especial para os pacientes da hemodiálise com dicas e distribuição de uma lembrança do evento.
A doença renal crônica (DRC) se caracteriza pela lesão irreversível nos rins, mantida por três meses ou mais, afetando uma em cada dez pessoas no mundo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a estimativa é de que em 2040 a patologia possa ser a quinta maior causa de morte no mundo. Contudo, se diagnosticada de forma precoce, sua progressão pode ser controlada ou retardada, na maior parte dos casos. E a campanha, realizada no mundo, foca justamente nisso: levar conhecimento à comunidade.
Conforme a enfermeira, supervisora do Serviço de Nefrologia, Fernanda Cordeiro, este ano o tema da campanha é Educando sobre a Doença Renal. “Como forma de se engajar na ação, nossa equipe multidisciplinar do Centro de Nefrologia realizou ao longo do dia rodas de conversas com os pacientes”, explica. Enquanto eles realizavam suas sessões de diálise, psicóloga, nutricionista, fisioterapeuta e assistente social abordavam temas relativos à qualidade de vida e direitos de quem convive com a doença.
Quebra da rotina e orientações
A substituição de sal e temperos prontos pelos naturais, a ingestão de frutas e cubos de gelo para amenizar a sede foram algumas das orientações repassadas pela nutricionista Kauana Ferreira Ulguim. E foi justamente o bate-papo da profissional que mais chamou a atenção da Andréia Manfrone Schuantz, 49 anos, oito deles realizando hemodiálise.
Andréia conta que ficou impressionada com os galões de líquidos mostrados pela Kauana, alguns com cinco litros. Os recipientes foram usados como forma de elucidar o peso extra e o acúmulo de líquidos que muitos dos pacientes chegam ao local devido o mal funcionamento do rim e devido a ingestão de grande quantidade de doce, sal e água.
Márcio Borges Bardallo, 36 anos, e há cinco meses na hemodiálise, também aprovou a programação do dia e se disse muito contente com a retomada dos programas de fisioterapia para pacientes renais. Durante a pandemia as atividades passaram um tempo suspensas e agora começam a retornar.
No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o número de pacientes com Doença Renal Crônica avançada é crescente, atualmente mais de 140 mil pacientes realizam diálise no país. No HUSFP são atendidos cerca de 150 pacientes por mês em tratamento. O Centro de Nefrologia do hospital é referência no tratamento e o único da metade sul gaúcha a realizar transplantes renais.