Em celebração aos seus 61 anos, o Hospital Universitário São Francisco de Paula homenageia os colaboradores que contribuíram para essa importante história de serviços prestados para a comunidade de Pelotas e região. O projeto Quem Faz História No Chico prestigia os profissionais com 10, 20 e 30 anos de serviços prestados com pins de bronze, prata e ouro respectivamente. O evento ocorrerá ao final deste mês comemorativo, mas as homenagens já começaram.

A história da Carla Rosane da Silva Soares com o Chico começa antes mesmo de tornar-se colaboradora, em 2009. “Quando a minha mãe ficou doente o hospital me abriu as portas e atendeu minha família de forma maravilhosa, então eu achei interessante a possibilidade de trabalhar neste lugar. Minha mãe esteve internada durante quatro meses. Antes de fazer a cirurgia, a perspectiva era de que ela não voltaria a caminhar e nem falaria mais. Então colocaram uma equipe maravilhosa de fisioterapeutas para cuidar dela e uma médica excelente. Quando teve alta minha mãe saiu caminhando, falando e comendo devido a tudo que fizeram por nós, pessoas de todos os setores nos acolheram com muito carinho. A psicologia hospitalar na época nos ajudou muito a passar por aquele momento difícil. Então eu decidi que também queria fazer a diferença na vida de outras pessoas trabalhando aqui", conta.

A Auxiliar de Higienização lembra que participou de alguns processos seletivos antes de conseguir a tão sonhada oportunidade de ingressar na equipe do HU. “Entreguei o primeiro currículo e não fui selecionada, mas não desisti. Tentei em outros três processos seletivos. Na quarta tentativa fui selecionada para as etapas seguintes. Nesta mesma época perdi meu sogro, e junto com ele meu chão, pois me ajudava muito, inclusive a cuidar da minha mãe. Depois a minha mãe também partiu e o trabalho no Chico foi muito importante para me ajudar a enfrentar essas perdas e também dar a eles uma despedida digna", recorda.

Nos dias de hoje Carla garante que ama o trabalho que desempenha no Núcleo de Higienização Hospitalar e reforça como foi importante o vínculo positivo que estabeleceu com os colegas. “Me dou muito bem com todos, procuro fazer meu serviço bem e acho que como recompensa conquistei a amizade e o respeito dos colegas. Me sinto a vontade para trabalhar. Não gosto de trabalho mal feito, sou exigente e acho que sou boa no que eu faço", disse entre risos.

A colaboradora conta que já passou por vários setores da instituição, mas faz questão de lembrar e homenagear uma amiga em especial, que conheceu em sua jornada no Chico. Tanea Regina Bilhalva da Cunha e ela ingressaram juntas na instituição e o vínculo logo se fortaleceu. “Sinto muita falta, era uma amiga muito querida. Às vezes consigo vê-la nos corredores do hospital junto comigo. Mas se Deus precisou dela, aceito. O que fica é a saudade da alegria e dos sorrisos". Tanea faleceu após complicações de saúde.

Ao longo desta década Carla ressalta com muito carinho a importância do Hospital em sua vida. “Tantas coisas marcaram esse caminho. Pra mim o hospital representa muito, não sei nem explicar o meu sentimento. O HU me possibilitou adquirir a minha casa própria. Quando sento na minha sala e vejo as minhas coisas eu sei que tudo foi o Chico que me deu. Passei muita dificuldade e consegui me reerguer com muito esforço e apoio deste hospital. Tudo que tenho hoje eu agradeço ao Chico", finaliza.