O Hospital Universitário São Francisco de Paula – HUSFP lançou ontem (13) a segunda edição do Projeto Sala de Recreação Terapêutica. O Projeto é do programa de extensão “Educar na Comunidade" dos cursos de Pedagogia, Psicologia, Enfermagem e Letras da Universidade Católica de Pelotas – UCPel, e contempla as crianças da ala pediátrica da casa de saúde. O trabalho tem como metodologia a Cartografia Sentimental, onde a escuta na captação das angustias e necessidades é ferramenta para desenvolver a capacidade motora, cognitiva e socioafetiva dos pacientes internados e assim conseguir resignificar o espaço hospitalar para essas crianças.

A “salinha" como carinhosamente é chamada, foi disponibilizada pelo hospital para os alunos bolsistas e voluntários do projeto desenvolverem os campos pedagógicos e saber como funciona a influência do espaço hospitalar para uma criança, já que muitas vezes ele pode ser assustador e isso reflete no tratamento e na saúde mental dos pequenos. A ideia da sala é levar um ambiente natural e lúdico, com livros, balões e brinquedos para os pacientes se entreterem nesse período em que enfrentam problemas de doença. “Muitas vezes eles esquecem que vão fazer uma cirurgia, esquecem o acesso na mão, e saem correndo. Algumas vezes se esquecem que tomaram algum medicamento forte e sentem-se tontos. Mas o objetivo é esse, que eles se sintam como se estivessem na sala de suas casas para rir, brincar e interagir com outras crianças, esquecendo aquele momento de dor e não traumatizando sua passagem pelo hospital", relata a estudante de Pedagogia, Emili Cruz. O projeto desenvolvido no HU recebe também os familiares dos pacientes que frequentam a sala de recreação.

O “Educar na Comunidade" é um projeto vivo, reinventado diariamente pelas experiências com as crianças, na certeza que essas serão bem recebidas e atendidas numa estadia tranqüila como o conforto de seus lares, e que no futuro elas não terão uma lembrança ruim pela passagem no hospital. “Certa vez um garotinho pediu a mãe para vir aqui dar um 'oi', mesmo após a alta, ou seja, uma criança querer voltar ao hospital, um lugar que se imagina como ruim, é muito gratificante, pois conseguimos despertar nela o sentimento de conforto, pertencimento e amizade!", afirmou o estudante do curso de psicologia, Guilherme Braga.

SALA REPAGINADA - Com o trabalho dos acadêmicos da UCPel, respaldo do HU e apoio da comunidade em doações, a “salinha" foi repaginada num ambiente que parece caseiro. O projeto foi desenvolvido pela arquiteta e estudante de neuroarquitetura Charine Aldrighi, que também capitaneou recursos para pintura e marcenaria, junto aos outros bolsistas. Para o professor do curso de Pedagogia, Daniel Botelho, o projeto só existe porque tem estudantes que voluntariamente trabalham e se doam para alcançar os objetivos e sucesso do projeto, aliviar a dor e trazer alegria para crianças internadas.