Quando um paciente é transferido para a Unidade de Tratamento intensivo (UTI), a preocupação dos familiares e amigos aumenta significativamente. Isso porque, para muitos, o fato do paciente estar internado numa dessas Unidades, é sinal de piora no seu estado de saúde ou das suas chances de recuperação terem sido bastante reduzidas.
Porém, são poucos os que sabem como realmente funciona este espaço e conhecem os profissionais que nele atuam. Para o funcionamento das UTIs, é necessário suporte de outros setores do hospital, como Centro Cirúrgico, Centro de Imagens, Análises Clínicas, além do trabalho de muitos outros profissionais de variadas especialidades, como Nutrição, Cirurgia, Neurologia, Nefrologia, entre outros que são fundamentais para qualificar a assistência prestada na Unidade.
Em uma visita a UTI Adulto do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP / UCPel), o médico Intensivista, Dr. Luciano de Oliveira Teixeira, que trabalha há dez anos na instituição, explicou um pouco sobre funcionamento da Unidade e sobre a importância de cada profissional que compõe a equipe capacitada para lidar com uma questão tão delicada: a vida humana.
Chegando à UTI do HUSFP, encontramos uma área altamente tecnológica, com pacientes em leitos equipados com monitorização eletrocardiográfica, respiratória, pressórica e aparelhos de alta precisão e complexidade. A Unidade é qualificada como nível II, dentro da regulamentação que classifica como nível I, II ou III, de acordo com a complexidade tecnológica e especialização da equipe. Segundo o médico, alguns aparelhos e normas são fundamentais para que a Unidade possa estar dentro desta regulamentação. “Toda UTI deve dispor de marcapasso cardíaco, respiradores microprocessados, carro de emergência com monitor e desfribilador cardíaco, além de climatização, garantia de acesso dos familiares e boletins médicos diários”, explicou.
Além dos médicos especializados em Terapia Intensiva, a Unidade conta com o trabalho dos médicos residentes, que são familiarizados com situações de urgência e emergência, manejo de equipamentos de alta tecnologia, procedimentos invasivos, como punções, drenagens, entubações e aptos, também, a lidar com situações de grande estresse emocional, tanto de pacientes e familiares, quanto da própria equipe. O médico ressalta que a UTI engloba diversas patologias graves, em especialidades como Neurologia, Infectologia, Endocrinologia, Gastroenterologia, Nefrologia, Cirurgia Geral e Especializada, Pneumologia e Cardiologia, dentre tantas outras que fazem do médico intensivista, um especialista em várias áreas da medicina.
O contato com os familiares é um fator de grande importância e, por isso, os três horários diários de visitas aos pacientes, se limitam a três familiares por paciente em cada horário. Esta limitação se deve à necessidade de rigoroso controle de infecções. Dr. Luciano Teixeira ainda explica que esse contato do médico com os familiares é importante não só para o acompanhamento do quadro clínico do paciente, como para o incentivo a equipe que atua na Unidade. “Cada sorriso, cada abraço, cada sentimento de afeto demonstrado pelos familiares envolvidos com a UTI, são aditivos diários para continuarmos nossa batalha diária pela vida”, destacou.
Para facilitar esse acesso à notícias sobre o quadro clínico do paciente, foi criado pelo HUSFP o serviço de UTI Virtual. Este espaço, localizado no site do Hospital, permite que os familiares possam ter acesso ao estado de saúde dos pacientes e informações atualizadas sobre todo o quadro clínico. Essas informações são disponibilizadas mediante uma senha fornecida pelo médico da Unidade.
As UTIs solucionam cerca de 60% dos casos de pacientes internados, o que é considerado um percentual elevado diante da gravidade e complexidade das patologias que fazem parte do dia-a-dia da Unidade. Por isso, a importância de uma equipe bem preparada e capacitada para lidar com situações que envolvem, além do paciente internado, familiares que acompanham de perto essa rotina.
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