O nome escolhido para dar título à palestra não foi encontrado no dicionário. Mesmo assim, para a enfermeira e ex-coordenadora do curso de Enfermagem da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), professora Clair de Souza Zamo, terminalidade é a palavra ideal para definir os momentos finais da vida de uma pessoa, período no qual a forma de cuidar é parte essencial no tratamento. A atividade, ocorrida na sexta-feira (06), foi a aula inaugural promovida pelo Diretório Acadêmico (DA) do curso de Enfermagem, que, aliás, leva o nome de Clair, em homenagem à docente que participou da fundação da graduação, em 2005.


Tratando de aspectos relacionados ao cuidado, a palestra contou com abordagens sobre as mensagens não faladas, por exemplo, citadas como um princípio importante na arte do bem cuidar. “É o discurso mais eloquente que tem. Discursos não-verbalizados podem levar o paciente a colocar-se como ser morrente”, destacou Clair. De acordo com ela, até o olhar de quem está perto transmite para o paciente se ele está melhorando ou piorando. “As pessoas sentem se estamos desistindo delas e começam, elas mesmas, a desistir de viver também. Tudo nesse momento único é muito importante: desde o tempo que se fica junto com a pessoa até a escuta interessada do cuidador”.


Daniela Farias, que é uma das coordenadoras do DA, achou as colocações bastante interessantes. “Todos nós lidamos muito com essa questão da terminalidade, mas não temos muita informação sobre o assunto”, disse, ao citar que o objetivo da aula foi alcançar não só acadêmicos, mas, também, profissionais e professores da UCPel e do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP).