O reitor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Alencar Mello Proença, reafirmou o compromisso da Reitoria com o Programa Antitabagismo UCPel Mais Saudável, em reunião na tarde de terça-feira (15). Os objetivos do grupo para este ano são ampliar e avançar o trabalho realizado na Universidade e ter ações voltadas para todos os Centros e instituições que a UCPel abrange. A ideia é ajudar a proteger a vida da comunidade acadêmica.
Em sua manifestação, Proença disse que, no mínimo, um representante de cada setor deve participar. “É preciso voltar a conscientizar todos da Católica, pois não estamos atacando a vida de ninguém, estamos defendo a saúde dos funcionários, professores e alunos”, enfatizou. O reitor também destacou a importância da frase dita pelo bispo Dom Jacinto Bergmann ao assumir como chanceler, em 2010: “O ‘fazer juntos’ é divino”.
Para o médico e vice-reitor José Carlos Bachettini Júnior, o programa, Implantado há três anos na Católica, já avançou bastante, uma vez que, na Instituição em que metade das pessoas trabalha com a saúde, houve uma mobilização intensa para o veto do tabagismo dentro dos prédios.
De acordo com pesquisa realizada na Universidade em maio e junho do ano passado, 10% dos funcionários e 9% dos professores que responderam o questionário são fumantes. “O percentual de fumantes ainda é muito grande e praticamente igual entre funcionários e professores. Isso demonstra que o grau de instrução não afeta”, disse o coordenador do UCPel Mais Saudável Roni Quevedo. Já no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP), segundo a assistente social Carolina Bunde, a maior dificuldade é conscientizar os pacientes a não fumar no Hospital.
Consequências
De acordo com o vice-reitor, uma pesquisa feita em 1992 mostrou que, já naquela época, o governo federal gastava quase o dobro daquilo que arrecadava com a venda de cigarros, para tratar de doenças que o mesmo causa. “As grandes empresas brasileiras não contratam fumantes, pois o tempo que se perde fumando, é tempo que se perde de produzir”, disse.
Quevedo também destacou que no Brasil morrem sete pessoas por dia como fumantes passivos. “Onde se planta fumo, se deixa de plantar árvore para respirar e alimento para comer, sendo que as pessoas que plantam também sofrem de doenças”, salientou.
Nesta quinta-feira (17), integrantes do grupo irão se reunir na Capelania Universitária, a partir das 18h30min, para organizar o acolhimento dos novos alunos, bem como um documento de atividades internas para a prevenção do tabagismo.
Legislação
Foi a partir do UCPel Mais Saudável que surgiu a criação do projeto de lei anti-fumo, que posteriormente foi votado e aprovado pela Câmara Municipal de Pelotas. O programa também participou da criação do Grupo de Discussão sobre Tabagismo e Saúde Pública, que tem como objetivo buscar a aplicação e cumprimento da Lei Nº 5.636/09. A legislação dispõe sobre a proibição do consumo de produtos fumígeros nos ambientes de uso coletivo, públicos e privados.